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É pecado ou sou radical demais?

Olá, querido músico Católico Apostólico Romano! Tudo na paz? Gostaria de abordar um tema que talvez traga uma certa polêmica, mas sinto que um comentário não poderia faltar. Até que ponto ouvir música secular é pecado, até que ponto ir a um barzinho ou até mesmo a clubes é pecado?

Primeiro ponto: ouvir música secular é pecado? Toda música, cristã ou não, transmite algo, seja bom ou ruim. Conheço inúmeras músicas cristãs que não dizem nada, não tocam ao coração simplesmente porque faltou o “dedo” de Deus, assim como inúmeras letras curtas que dizem tudo, onde o Senhor coloca as duas mãos e escreve. Conheço inúmeros grupos seculares que têm músicas que eu não colocaria nem pro meu cachorro ouvir (se eu tivesse um... rs), enquanto muitas composições, outros artistas me fazem refletir sobre a vida, sobre Deus, mesmo eles não sendo músicos cristãos. Como exemplos, eu cito: Romaria, Nossa Senhora, Como é Grande o Meu Amor Por Você, entre outras.

Querido irmão, não adianta eu me trancar em meu mundinho e querer ver pecado em tudo, senão minha vida vai se restringir única e exclusivamente a isso, coisa que nem o próprio Deus quer. Adoro tocar e louvar a Deus com minha música, mas tenho uma linha que sigo e essa linha musical tem como inspirações vários artistas seculares e vários estilos que advém da música secular. Se eu for levar tudo ao pé-da-letra, não poderei tocar nenhuma música em ritmo de pagode, forró, reggae, jazz, blues ou rock porque todos esses estilos surgiram na música secular. É óbvio que eu não vou chegar em uma missa ou em um show e falar: “olha galera, vamos agora tocar uma música de um grupo secular que transmite uma mensagem muito legal” e cantar em seguida: “...vai descendo na boquinha da garrafa...” ou “...segura o Tchan...”, que estaríamos provocando um Infarto em Jesus e matando Maria de desgosto. Isso não cabe, não dá. Agora pense e responda: quantas vezes você não escutou “Romaria” ou “Nossa Senhora” em uma missa de Maria, “Como é Grande o Meu Amor Por Você” em homenagens a pessoas ilustres de nossa comunidade, “Pai”, de Fábio Júnior, em missas no dia dos pais. Seja sincero: qual dessas músicas aí não emociona? Nenhum desses compositores são exclusivamente católicos, mas posso dizer que as músicas não servem só por isso? Já cantei e toquei todas essas músicas na Igreja, e faço isso de novo quantas vezes for preciso porque o que importa é a mensagem que elas transmitem.

Agora um segundo ponto e em seguida juntarei os dois e concluirei meu pensamento. Ir a um barzinho ou a um clube, num baile, é pecado? Nesse ponto cabe o discernimento: o local é apropriado a um cristão? As músicas que lá tocam não ferem a minha fé? Jesus estaria num local desses? Se bem que nessa última pergunta eu tenho quase certeza que sim, uma vez que Ele só conheceu e converteu “gente boa”. Galera, atenção! É muito fácil levar Jesus dentro de uma Igreja, em uma missa ou grupo de oração e em Retiros, o campo é nosso, mas levar o Senhor em um clube é complicado. Isso se deve ao fato de nós mesmos impormos barreiras e limites e não enxergarmos que é lá que também devemos evangelizar. Eu devo mostrar ao mundo que eu sou capaz de evangelizar mesmo estando nele, simplesmente tendo atitudes de cristão em um local como esse, dançando como um cristão e vivendo como tal. Não posso chegar a uma balada, parar na porta e dizer: “Espírito Santo, fica na porta me esperando que eu vou lá dentro me divertir um pouco e na saída eu te pego”. Se eu deixar ele esperando, vou cair e me deixar levar pelo mundo, ao passo que se ele me acompanhar, nada me acontecerá, pois é ele quem mantém nossa Igreja viva por quase 2000 anos e não vai deixar que nenhum mal me aconteça.

Finalizando e juntando tudo, gostaria de lembrar a categoria com a qual Cristo falava de assuntos “polêmicos”. Em síntese, em respostas a quem vê o mal em tudo: o que importa não é o que entra pelos meus ouvidos e sim o que sai de minha boca. Se eu ouvir coisas ruins e repassar coisas boas, isso será válido. Se eu ouvir sobre guerras e anunciar a paz, isso valerá a pena. Se eu ouvir inúmeras músicas e encontrar uma que converta a alguém, essa será a maior das músicas cristãs (mas é óbvio que não vale “Festa no Apê”... rs).

Que meus ouvidos sejam fontes de absorção de tudo de bom e de ruim, que meu cérebro seja meu filtro e elimine as coisas ruins para que minha boca libere apenas coisas boas. Que a paz do Senhor sempre nos abençoe e seus olhos nos façam enxergar coisas boas onde elas parecem não estar. Amém!

Almir Santana Rios
almir@canaldagraca.com.br

 

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